quinta-feira, março 31, 2005

Fingir Posted by Hello

Porque raio é que toda a gente FINGE ser quem não é?!
Será porque queremos ser pessoas diferentes? Pessoas que não somos, nem podemos ser?
Será porque queremos ser mais do que somos… quão mais?!
Será porque gostamos de enganar os outros… com o conto do vigário?!
Será porque é mais fácil viver?! Será que é mesmo?!
Porquê?!
É mais fácil olhar para o lado, FINGIR que não se nota, aceitar, e continuar o circo…

Mas depois acontece conhecermos uma pessoa puramente verdadeira, que diz o que pensa, que mostra o que sente… E aí? Alguém acredita? Claro que não!!! TODA a gente finge.

Será que “TODA a gente finge”?
Ou… será que “toda a gente FINGE”?
Ou mesmo… quem é GENTE… será que finge?

(sorriso sarcástico)

Estou farto…

Só finge quem não é puro, quem é completamente inconsciente (e não vê aquilo que faz) ou quem o faz por gosto…
Enfim…


There’s an old saying:
“Ama-me antes de me odiares”

Nunca estive em mais absoluto desacordo com algo que tivera conhecimento!

Primeiro conhece-me os “podres”… depois, se ainda achares que vale a pena o “esforço” em me conheceres… arrisca!
É por isso que digo:
“Odeia-me antes de me Amares…” Só assim terás a plenitude do meu ser…

wtf…

quarta-feira, março 30, 2005

Lágrimas de Água… Gotas Sentidas
Posted by Hello


Meti-me no chuveiro e abri a torneira até ao máximo.
Assim que começaram a cair aquelas gotas fui para a esquina e encostei cada cotovelo a uma parede diferente… e ali fiquei a sentir a água nas costas… no pescoço… na cabeça…
Fechei os olhos com força e aninhei a cara por entre os braços…
Aquelas gotas grossas e espessas percorriam o meu corpo nu vagarosamente, como que querendo adormecer-me… à medida que me ia habituando à temperatura começava a respirar, a inalar profundamente aquele vapor…
Rendi-me àquelas carícias mornas como se de beijos leves e inocentes se tratassem… Tentei imaginar aquele ruído louco como os suaves sussurros que trocavas comigo… Fiz-me crer que não estava só…
Mas estava…
Antigamente, quando o meu coração era ainda frágil, chorava quando ele me doía… mas agora não. Parece que não podia… que não conseguia... Essa angustia é insuportável, querer chorar e não conseguir… é como um espirro que não sai… ficamos sempre a pensar quando é que chegará o momento para descomprimir…
O tempo ia passando, e eu ali… à espera… quando comecei a tomar atenção… aos poucos as gotas de água começavam a desaparecer! Aquilo que começara por ser um jorro forte e impiedoso de água começava agora a tornar-se num fino fio de água…
Chega sempre um momento em que as fontes secam… É como a inspiração… um dia acordamos e vemos que já não resulta… e aí temos de a transformar em trabalho!
No fim daquele banho atípico respirei… não era alivio que sentia… era… harmonia…

Já não há… Gotas de Água
Lágrimas Sentidas
Lágrimas de Gotas de Água Sentidas
Gotas de Lágrimas de Água Sentida
Gotas de Água Sentida de Lágrimas

Mas, por fim… espirrei!
Finalmente acordei… não nos deixemo-nos levar mais pela inspiração, pelo momento… comecemos a trabalhar!

“Era uma vez…”
“… … …”
“…e viveram felizes para sempre.”

Porque é que as histórias acabam sempre na melhor parte, na parte que realmente interessa?
Porque é que ninguém conta COMO é que viveram felizes para sempre?
Que quer dizer Felicidade?!
E sempre?!

segunda-feira, março 28, 2005

Tudo Bem?

Caminhava distraidamente concentrado nos meus assuntos quando, sem esperar por isso, fora avistado por um grupo de colegas que prontamente me saudaram:
- Olha o Rudolfo! Então pá, tudo bem?

(Tudo bem… tudo bem! Aquelas palavras, mais uma vez, ecoavam nos meus ouvidos de forma ensurdecedora… Como é que alguém pode responder a um… Tudo Bem?... se/quando Nada está Bem?! Talvez enganando o receptor com um vago: Tudo ok!)

Apeteceu-me dizer: Ah, mais ou menos, sabes como é…
Mas esta atitude causaria espanto, e logo as mentes mais despertas procurariam saber coisas com os típicos:
- Então, o que é que se passa?
Ou então:
- Podes falar!
Ou mesmo:
- Se precisares de alguma coisa…

Acabei por responder secamente…
- Sinceramente… não, não está tudo bem, na verdade parece que está tudo mal. Obrigado por se preocuparem, podiam ter só dito um passageiro “olá” pois o efeito é o mesmo. Eu quis ser sincero pois não gosto de mentir nem gosto de dar esperanças a conversas que prefiro não ter. Não somos assim tão Amigos para que possa abrir-me convosco e expor-vos todos os meus problemas, por isso prefiro dar-vos esta resposta…
Desculpem a franqueza mas as coisas não estão mesmo bem… A sério, desculpem-me…

E ficou a despedida… olhei o chão envergonhado (apesar desse tipo de vergonha ir, sempre, parar à pessoa errada) e afastei-me com o meu andar pesado e vagaroso…

Ainda tive tempo para ouvir uns… “Este gajo… blá blá…”
Também senti outros, mais sensíveis, a parar e a olhar para mim com um certo ar de impotência… como quem diz… “Não sei o que poderei fazer por ti”

Porém, um Amigo correu para me alcançar, abraçou-me pelos ombros e disse:
- Eu compreendo-te.
Obrigado… agora sim, posso dizer-te… “está Tudo Bem, e contigo?”

sábado, março 26, 2005

Às vezes tenho um sentimento estranho… o que mais quero fazer é tocar Guitarra... mas parece que tenho medo... como que não fosse suficientemente bom ou capaz... como que ainda não estivesse preparado para a agarrar…

Queres-me?

quinta-feira, março 24, 2005

ááSometimes, what I wright, can only be expressed by words...
Sometimes, words can't say it all...
That's why I have my music... Posted by Hello

quarta-feira, março 23, 2005

Um sentir suspenso no tempo

Encontrar alguém para amar...
amar esse alguém...
Tentar manter a relação...
Perder o que é impossivel manter...
Retomar a busca do amor...

Será este o ciclo das relações humanas?

Se sim... o que é amar (tendo em conta que é diferente de... Amar)?
Já pensaste na quantidade de pessoas que já amaste... nem que fosse só por um dia?
Será que valeu a pena...

Encontrarem-se nesse dia...
Para se amarem uma vez...
Sem saber se ia durar...
Pensando que amanhã estará tudo perdido...
E que terão que voltar á procura... ?

terça-feira, março 22, 2005

Um Grito

O que me despertou a atenção foi o seu olhar fixo.
A sua respiração era ofegante. Respirava curta mas tão rápida e intensamente que se fechara completamente no seu mundo. As narinas dilatavam enormemente a cada golfada daquele ar pesado.
A sua testa franzida dobrava as sobrancelhas em “V”, de tal forma que a sua cara parecia estar toda enrugada.
Os seus lábios afastavam-se para desvelarem os dentes sujos cerrados… metiam medo…
Tinha os braços tensos e ia fechando os dedos de forma desconcertada.
Suava…
Aquele ar furioso era aterrador e eu não sabia o que fazer… O que poderia eu fazer? Senti-me frio… pequeno… amedrontado…
De repente, sem que nada suspeitasse, ele esticou o braço todo atrás e desferiu tamanho murro na parede branca… e outro… e outro… 3 poderosos actos de fúria desesperada mancharam de sangue a inocente brancura do momento…
Toda a gente deu conta, virou o olhar assustado… mas assim como olhou para onde não queria, também se afastou de quem queria…
Vi-o cair desamparado no solo, já sem forças, e acabou por relaxar o olhar deixando cair as lágrimas que o atormentavam…
A única coisa que eu não vira fora aquele grito… o grito que permaneceu sempre fechado dentro dele… e que ele tentou soltar…
Como é que se descreve um grito, pensei eu…
Quem é que sabe ver um grito dentro de uma pessoa…
Mesmo quando sentimos esse grito, nada podemos fazer… ou será que podemos?
Abeirei-me daquele corpo esgotado no chão, segurei-o pelo pescoço, e fiz-lhe festas no cabelo, acalmando-o… será que adiantou? Penso que sim, pois agora esse grito vive dentro de mim…

segunda-feira, março 21, 2005

Proximidade Distante

Depois de pensar neste título veio-me à cabeça um outro post… da distância próxima!
Nada tem a ver uma coisa com outra, mas as palavras trocam-se a nosso bel-prazer para podermos desfrutar, ao máximo, aquilo que 23 letras nos podem oferecer… É como fazer uma música nova! Os acordes são sempre os mesmos, a ordem em que os colocamos é que é diferente!


Uma pergunta:
Falar por mensagens aproxima ou distancia as pessoas?

Vivemos na era das mensagens… já ninguém fala com ninguém, escreve-se… ainda por cima o tempo da escrita no papel já não existe há décadas… Será que ainda existe uma única pessoa neste mundo que tenho um “pen friend”?!
Pois…
Damos os parabéns por mensagens de telemóvel ou usamos o Messenger… desejamos feliz natal e um prospero ano novo tudo junto numa mensagem apressada… convidamos alguém para ir ao café, ao cinema, para dar um passeio usando a palavra… escrita…

Uma resposta:
Estou sinceramente convencido de que esta neo-comunicação deve ser vista por duas perspectivas diferentes… tudo se resumindo ao seguinte…

Falar por mensagens aproxima quem está distante… Mas distancia quem está próximo…

É por isso que falo em “Proximidade Distante”… vivemos na aparência de proximidade… uma proximidade que, na verdade, não existe…
Quando estamos longe de quem realmente ilumina as nossas almas perdemos o meio de nos aproximar… falar directamente com a pessoa vendo a forma dos seus lábios… olhá-la nos olhos… ver para onde flutuam as suas mãos…
Quando estamos próximos de alguém que não conhecemos pensamos que já conquistámos algo mais… mas nem sequer pensamos que não sabemos nada da vida desse novo amigo…

No fundo… posso estar próximo de ti pois és uma pessoa que eu leio e que tu me lê… mas posso estar distante de ti… pois não te conheço!
Posso estar distante de ti porque temos uma cidade, um país, um oceano a dividir-nos… mas posso estar próximo pois és a pessoa que melhor conheço e mais importância tem na minha vida…

O que sempre fica? Essa “Proximidade Distante”…

sábado, março 19, 2005

Quero Ser Uma Árvore

Quero ser uma árvore

Quando era pequeno havia sempre um professor que nos mandava fazer um desenho… uma coisa qualquer, usem a imaginação! Falava uma voz distraída, lá no fundo da sala…
Ficávamos metade da aula a fazer o tal boneco…
Nos primeiros quinze minutos eu perdia-me na imaginação… Ia pensando que raio é que eu poderia desenhar! Não deve ser uma coisa difícil, porque senão vou ter dificuldade em acabar o trabalho… mas também não devia ser uma coisa muito fácil pois assim acabaria cedo demais e o professor ficaria com a ideia de que eu era um preguiçoso que nada fazia…
Um dia lembrei-me de pintar uma árvore… a primeira que pintei não tinha folhas… Não porque era Outono, mas porque não tivera tempo para acabar de a fazer!
Tinha encontrado o desenho ideal! De repente, nos desenhos seguintes, já não imaginava qual o raça do desenho que faria agora, mas imaginava como faria a arvore, a minha arvore… A ideia era perfeita! Era rápido a pensar o que fazia… sonhava com a árvore à medida que a ia fazendo no papel… e acabava sempre a tempo, pois uma árvore é coisa que já está acabada antes de ser feita… sem nunca ter um fim…
Tornei-me um pequeno mestre na arte de fazer folhas. Primeiro desenhava o tronco da árvore, os seus ramos, os ramos saídos dos ramos principais, outros raminhos, mais frágeis e pequenos a completar… e depois, consoante o tempo que o professor dava, mais ou menos folhas…
Esse era o tempo em que as pessoas costumavam perguntar-me o que queres ser quando fores grande? Eu não sabia responder, não fazia ideia… pensava, eu não quero ser nada! Quero tornar-me Ar e desaparecer, ser inspirado pelas pessoas para que me Amam… só assim estarei dentro de ti.
Hoje já ninguém me pergunta o que quero ser quando for grande… e sinto tristeza ao aperceber-me desse facto… Pergunta-me! Se me perguntasses eu diria que quando for grande quero ser uma árvore.
Talvez sempre quisera sê-lo, e por isso mesmo comecei a desenhar árvores… primeira daquelas em que as folhas eram simples nuvens ondulantes que pintava de verde… depois, mais a sério, com ramos e com folhas de verdade… Talvez por isso, um dia peguei no caroço de um abacate e mergulhei metade dele num copo de água para ganhar raízes. Quando estas estavam suficientemente fortes abri um buraco na terra do canteiro da varanda e enterrei a minha futura árvore… que cresceu… cresceu tanto que o canteiro da varanda de casa teve medo de quebrar…
Hoje em dia já não devo saber desenhar árvores… mas sei abraça-las… não resisto… sempre que tenho oportunidade envolvo os meus braços num tronco de árvore majestático e encosto a bochecha junto dela… cedo começa a sussurrar-me as suas historias de Amor, as suas viagens por paraísos desertos, a sua saudade…
Queria ser uma árvore… queria mesmo ser uma árvore, e hoje sei o porquê…tal como uma árvore eu vivo sozinho, afastado do mundo. Tal como uma árvore eu preciso de espaço para crescer, preciso que me deixem livre, que não me prendam, que me deixem expandir-me…
Uma árvore não cresce colada a outras árvores! Precisa de ter o seu raio de acção… uma árvore, para crescer, precisa de espaço à sua volta... não pode ter outras árvores em cima de si a prende-la...
Queria ser uma árvore porque também eu sou forte, não quebro, não cedo. Enfrento ventos e marés de peito feito e estou sempre erguido contra as adversidades que a vida me impõe.
Sobre esse tronco vigoroso de uma árvore caem os seus ramos… como as minhas mãos cheias de carícias para dar… As flores, os frutos… as meiguices, os afectos…
Quero ser uma árvore.
Quero mesmo ser uma árvore… porque, a vida, muitas vezes, tenta derrotar-me… com o frio, a chuva, o vento… as minhas folhas amarelecem e mais tarde caem ao chão… Essa vida madrasta despe-me, deixa-me quase sem forças e indefeso…
Mas é nesses momentos (nesses Outonos ríspidos e nesses Invernos friorentos) que as minhas raízes se expandem para debaixo do solo, para dentro do meu coração, enriquecendo-me, tornando-me cada mais forte, mais sincero, mais atento, mais vivo… São esses momentos, em que tudo parece chegar ao fim; em que tudo dá mostras de rendição; em que tudo é tristeza e agonia… que o Sol volta a brilhar com intensidade. É aí que chega a primavera e o verão. É aí que eu, árvore que sou, posso voltar a encher-me de folhas novas, folhas verde-vivas, alegria e vontade… Crença.
Hoje já sou uma árvore… passei o Inverno a expandir raízes, a tornar mais forte o coração… para que, agora que aí vem a primavera, eu possa mostrar o quão belas são as minhas folhas…


Um fim implica sempre o início de algo mais...

domingo, março 13, 2005

vá, vá... vamos juntar 30 comments pa salvar o blog!
nao custa nada!
e, já agora, passa esta mensagem a todas as pessoas tuas conhecidas para, também elas, ajudarem a salvar o ...Make Believe...

(se fosse possivel até punha uma foto do coitado para voces sentirem mais pena)

Carta do beijo… da despedida

Ora aqui está um post grandinho para ninguém ler!

Quando estamos perante um processo crime de homicídio uma pergunta, dirigida ás testemunhas abonatórias, torna-se, sempre, imperativa para o advogado que defende o assistente:
- Então diga-me lá, a vitima era uma pessoa alegre, gostava da vida…
- Sim, Sr. Dr., alegre (feliz e contente) bem disposta, desde o dia que a vi nascer até ao dia em que foi assassinada… gostava da vida…

Gostava da vida…

Será que é assim tão linear a resposta? Será que qualquer pessoa pode dizer tal coisa de uma outra… mesmo que seja pai ou mãe, amigo ou familiar próximo?
Será que alguém pode responder por nós quanto ao facto de nós gostarmos de viver?

Cada pessoa sabe aquilo que sente… e como sente… deve ser por isso que cada ser humano é distinto de todos os outros… Só cada um de nós sabe avaliar o seu próprio estado de espírito…
É tão subjectivo falar do que sentimos… será que alguém compreende?
Uma pessoa fala da solidão… sem saber que quem a ouve é a solidão em pessoa.
Uma outra fala do Amor… e não vê que quem escuta também não sabe o que isso é.
Uma mais fala de amizade… quando não é isso que quer receber…
Só mais uma… pede atenção… a quem não recebe atenção nenhuma…

Muitas vezes dou comigo num certo sítio, a casa de um amigo, um café, um bar, uma discoteca… sinto-me em terra de ninguém… sinto que não estou a fazer nada… sinto que podia ir embora pois ninguém notaria… who cares?
Sei que estou triste, mas sei também que não o devo mostrar… Mas também estou certo que não vou fingir, com sorrisos, que tudo está bem e que a vida é bela…
Terra de ninguém… porque não existem pessoas… porque não pode existir o sentimento…
Vou-me embora, então… mas fico… parece que estou à espera que algo aconteça; parece que se ficar mais um bocadinho possa ser que venha a ter sorte; parece que se eu ficar vou fazer a diferença…
Terra de ninguém… nada acontece, a não ser ver os outros, um a um, ir embora! Este lugar estranho em que me encontro acontece tanta vez… Penso que só tenho a noção que ele existe, exactamente, por estar a fazer o que faço agora: escrever!!! Estou a publicar um texto meu na net, um espaço publico, à espera que alguém leia… à espera que alguém compreenda… à espera que alguém venha ter comigo e faça mudar alguma coisa! Ter esperança num comment que nunca chega… ter esperança num aviso do Messenger de entrada de uma pessoa… ter esperança de uma conversa… uma carta… um beijo… Esperança na despedida…
Tudo era mais fácil quando a expressão “A esperança é a última a morrer” só era associada ao facto de o Sporting ganhar um campeonato! Mas o mundo muda… o meu mundo… muda… a fasquia é posta cada vez mais alta… o Sporting já foi campeão, e voltará a sê-lo…
Terra de ninguém… não escrevo uma carta… não te dou um beijo… não me despeço… Aquilo que queremos perde todo o significado quando não o alcançamos!
Quando eu morrer… assassinado ou não… não digas, de mim, coisas como “ele era alegre (feliz e contente) bem disposto, desde o dia que o vi nascer até ao dia em que foi assassinado… gostava da vida…”
Eu não gosto da vida… a vida é que gosta de mim…

E que vida?
Agora que está na moda falar (outra vez) na eutanásia (e ainda bem!!!) o que é a vida? Dizem que é o bem supremo, que sem ela não há nada… A vida é o primeiro direito do Homem! O art.1º da Constituição da Republica Portuguesa consagra a dignidade ética da pessoa humana…
Eu, que tenho sempre de estar do contra… tenho de dizer:
A vida não é o primeiro direito… é o ultimo!!!
O que é a vida sem Liberdade, sem Autonomia, sem Independência? O que seria de nós se não houvesse rectidão, justiça, honra? Como poderíamos nós viver num mundo sem consciência, atenção, Amor?
A vida é o composto de tudo isto… a quem falta um só destes conceitos não Vive… vegeta… está cerceado de um importante “pormenor” da existência! Será que vale a pena continuar?
Vale… pois quem não goza de todas as características que compõem o conceito de Vida deve lutar para as atingir. Um dia lá chegaremos… Não escolhi nascer… mas a minha Consciência diz-me que posso escolher morrer… porque sou Livre para escolher… porque tenho Independência para tal (ninguém depende de mim, eu não sustento ninguém, ninguém precisa da minha presença) porque sou um ser Autónomo que vive por si mesmo… porque existe em mim um sentido de Justiça que me permite desagrilhoar as amarras que a sociedade insiste em me impor… porque sou um homem Honrado, cujo valor mais alto e digno é Acreditar… Acreditar que também há Rectidão neste mundo e que as pessoas vivem para se Amar umas ás outras…

Serei eu ingénuo? Pois… o suficiente… o bastante… para escrever cartas… para dar beijos… para me despedir… desta Terra de Ninguém…

FIM DE BLOG… é assim… o fim nunca está previsto, simplesmente acontece!

…E eu que era triste
descrente desse mundo
ao encontrar você eu conheci
o que é a Felicidade, meu Amor…
(Corcovado, Tom Jobim)

O Mentor

De vez em quando ainda vou sonhando com os tempos em que jogava Basket… são mais pesadelos do que sonhos, mas o que conta é a ideia!
Isso faz-me pensar… esses anos foram dos mais enriquecedores da minha vida, o que é uma coisa incrível… Foi nesse período da minha vida que aprendi coisas como “aproveita os minutos que estás em campo, e não te queixes dos minutos que não jogas”. Lição de vida… aproveitar o que se tem, e não se queixar do que não se tem.
Também foi nessa altura que comecei a pensar… a usar a cabeça… e uma coisa que consegui formular, nessa altura, mentalmente só agora a passo para o papel…
Eu dava uns toques, nada de especial, às vezes até era titular… alguns chamavam-me o “BomberMan” porque marcava muitos triplos! E dava-me muito bem com os treinadores porque eu era dos poucos que defendia… sabia defender… normalmente eu era posto a defender o melhor jogador da outra equipa (quando não era muito mais alto que eu, obvio!!!)
Não era nada de especial… sabia que não ia a lado algum… Havia colegas meus, esses sim, que tinham grandes hipóteses de vir a jogar a sério. Mas eles precisavam de treinar… comigo (e com os outros). Precisavam de se esforçar, de trabalhar ao máximo para melhorar…
A partir daí comecei a perceber que o meu papel era outro… estava ali para dificultar a vida a esses colegas que hoje, talvez, já sejam profissionais! Alguém que marcava 20 pontos por jogo… comigo vais ter que suar bastante para marcar 10 pontos que sejam…
Na minha inocência acredito que eu tenha contribuído para que esses atletas tenham subido na vida, na carreira, no jogo… pois não são só os treinadores e os professores que ensinam… são as circunstancias da vida, as dificuldades, o colega de equipa que não deixa o adversário relaxar…
Lição de vida… Na música também é a mesma coisa… onde é que eu vou chegar? Não sei… mas sei que outra(s) pessoas podem ir mais além se eu continuar a puxar por elas… e quando eu souber que essas pessoas se tornaram em “Alguém” terei orgulho naquilo que consegui fazer… já tenho orgulho…
Numa Amizade também é assim… os Amigos ensinam-se mutuamente, fazem os outros crescer… No Amor também é assim… o olhar torna-se mais profundo, a pureza mais cristalina, a dor mais compreensível…
Uma pessoa disse-me, uma vez, que “há pessoas que nascem para ser líderes”. Será que eu fui/sou um líder? Talvez… um mentor… aquele que partilha o que tem dentro de si com os outros… aquele que é dotado de uma irredutível solidão e usa-a para fazer crescer os que o rodeiam… aquele que dá primeiro aos outros antes de dar a si próprio… aquele que serve o próximo para o beneficiar… aquele que Ama, pois não sabe viver de outro modo… aquele que vive, e faz com que os outros vivam melhor… aquele que serve…
O mentor… o líder que dedica a sua vida a servir os outros…

sábado, março 12, 2005

Como desenhar o Tempo

Eu deixaria a folha em branco!
Porque o Tempo não existe…
Quando olhamos uma pessoa nos olhos…
Quando derramamos uma lágrima de dor…
Quando andamos de mãos dadas com alguém…
Quando sentimos o que é a saudade…
Quando unimos os nossos lábios…
Quando sabemos que estamos completos…

If I can’t see you in the day light…
And I can’t find you at the moon light…
Can I see you in my dreams…?

quarta-feira, março 09, 2005

Até que ponto?

Onde será que me inspiro para escrever? A que fonte vou eu beber? Quem é que me ilumina o caminho?
Independentemente de qualquer resposta, não será verdade que a ideia que nos surge só nos chega porque fomos capazes de colher um qualquer fruto que pendia sobre uma certa árvore?
Basta aproveitar… basta estar atento e saber usar, um pouco, aquilo que sentimos (com todos os 5 sentidos).
No fundo, se eu me inspiro em ti, no acto de uma pessoa, numa casa, num cão, numa flor, numa qualquer cena que passa à minha frente… de quem é o texto que eu escrevi? Meu? Teu? De todos… de ninguém?
Se não fosse uma conversa, um gesto, uma palavra, uma brisa, um olhar… será que seria capaz de escrever algo? Até que ponto? Até que ponto é que o que escrevo continua a ser só meu… ou passa a ser teu?

terça-feira, março 08, 2005

Sobre um manto Azul…

Ontem deitei-me sobre um manto vasto, imenso, da cor do oceano…
Sobre os lençóis azuis de flanela dessa cama abracei a minha almofada, fantasiando o teu corpo… Entrelaçámos as pernas, abracei-te pela cintura e repousei a cabeça no teu peito, no teu ombro… cheiras tão bem…
Tu ias-me fazendo festinhas no cabelo e embalavas-me com palavras doces de carinho… estava tão cansado do dia que tivera… fizeste-me sentir «em casa»… Amei-te por aquele momento e por todos os outros que imagino que teremos…
Adormeci, serenamente, nos teus braços, feitos de penas, e sonhei contigo…
Subitamente acordei, precipitado, e estranhei não te ver ao pé de mim! Senti-me perdido… como uma gaivota ao sobrevoar, solitariamente, o imenso oceano… Aquele vasto manto azul… e eu era a gaivota que aproveitava aqueles momentos de felicidade…
Uma lágrima rolou do meu rosto e foi-se unir a todas as outras lágrimas azuis choradas pelas gaivotas deste mundo que se atrevem a cruzar aquele manto azul em busca do Amor… essa linha invisível que separa o céu do mar… o prazer da dor… a alegria da tristeza…
Agora, de novo cansado e sonolento, chego ao meu manto azul de flanela e mergulho profundamente nele, tocando, de raspão, um ligeiro fio de água do mar misturada com aquela suave brisa que me enche as asas e me faz voar…

segunda-feira, março 07, 2005

O ááque é a musica para ti?
A música é o meu abrigo,
O meu cobertor que me protege do frio,
O que me une a outras pessoas,
A agua que me mata a sede,
O caminho que encontro para chegar a algum lado...
Para chegar a ti...
Para te dizer o que sinto...
E como...
Amo-te... Posted by Hello

domingo, março 06, 2005

Sonâmbulo

O que será que vejo quando me levanto de noite e caminho sem saber onde estou ou onde quero ir?
Quando sonho… é fácil, vejo-te a ti…
Mas quando estou inconscientemente desperto… não sei…
Será que o mundo é o mesmo?
Ou será que tudo se passa como este preciso instante em que te escrevo esta carta de Amor… sei que existe algo para além do “meu” mundo… tem de haver… mas não sei bem o que é… talvez tenha medo de saber a verdade…

sábado, março 05, 2005

Abraça-me

Preciso de abraçar alguém… mas não tenho como…
Para preencher esse vazio costumo abraçar-me a árvores!
Gostava de viver no campo, ter um jardim com uma árvore enorme...
Dizem que esse abraço nos dá o equilíbrio com a natureza.
Assim sempre podia ir lá fora abraça-la…

quinta-feira, março 03, 2005

Duas Peças

Todos nós temos a impressão de que os puzzles mais difíceis de resolver são os que mais peças têm!
Mas há algo bem mais difícil do que compor um puzzle de 1.000 peças ou de 10.000 peças… São os puzzles de apenas duas peças! É difícil para uma das peças encontrar a sua outra metade, a metade que encaixe na perfeição, que complemente a primeira… mas não é impossível…
É preciso tentar… vamos tentar?

Repara nas possibilidades da pergunta:
1 – Vamos tentar, eu e tu?
2 – Vamos tentar, cada um para seu lado!
3 – Vamos tentar, pois isso é algo que todas as pessoas devem fazer.

quarta-feira, março 02, 2005

Sou uma lágrima

Hoje acordei a chorar… nem tive tempo de abrir os olhos, as lágrimas grossas e espessas corriam livremente sobre o meu doce rosto cor-de-rosa…
Sentia-me tão frágil… tão inseguro… tão carente… Não podia ficar ali sozinho, como um qualquer cão abandonado! Estava cheio de frio, mas logo me cobriram com um cobertor. Estava desligado do mundo que sempre conhecera… do meu mundo! Via-me agora num local deserto, completamente distinto… onde estou eu?!
Tudo começa agora… mais uma fase da minha vida… Velhas portas se fecham, novas janelas se abrem… E cá estou eu… Once & Again… para voltar à estaca zero!
Hoje acordei a chorar porque hoje é o primeiro dia da minha vida… foi hoje que nasci… hoje choro, que nem o bebé que fui um dia, como se fosse a primeira vez… como se fosse a ultima… Choro porque nunca pedi nada a ninguém… nem mesmo licença para poder chorar um dia… hoje sou… uma lágrima…