quinta-feira, janeiro 11, 2007

já há muito tempo que não escrevo...
talvez agora volte à carga!

sexta-feira, agosto 25, 2006

Utilidade

Viver a Vida plenamente, aproveitar tudo o que Ela tem para nos oferecer, Carpe Diem…
Desde sempre tentei beber o néctar da Vida como se fosse o mais precioso bem da humanidade. Tento abraçar as Suas diferentes manifestações na sua plenitude… Quero Viver.
Recordo o meu passado! Já fui um miúdo rebelde, um zorro, um jogador de futebol, o melhor aluno da turma, o rapaz mais desejado pelas miúdas, um órfão, um inconformado, o rejeitado, o viciado em jogos de vídeo, um pirotécnico, o número 6 da equipa de basquetebol, um académico, o amigo, um apaixonado, um romântico indefeso, um poeta, um cantor, um compositor, um amante, o coração destroçado, um advogado, uma pessoa espiritual que faz yoga e que medita, um aluno de Pilates, um actor, um atleta, um namorado, outro namorado… o namorado… um músico…
Que utilidade tem tudo isto? Talvez nenhuma… Talvez toda, simplesmente porque a pessoa que sou hoje resume todo o meu passado e concentra tudo o que quero vir a ser no futuro… O que vou ser. Eu sei que vou.
Por ter esta ânsia de absorver tudo o que o mundo tem para oferecer vivo completamente… sem nunca me aperceber que não tenho um momento de descanso. Tenho sempre algo mais para fazer, nunca nada está completo, acabado. Há sempre algo mais a aperfeiçoar, a aprender, a utilizar.
Tudo o que leio, estudo, invisto… serve simplesmente para me completar. Quero ser alguém. Sei que o vou ser.
Por tudo isto penso… sinto… Qual é a utilidade de uma coisa se não nos faz andar pá frente? O que é que eu estou aqui a fazer deitado quando há um mundo aí fora por descobrir? Não percas tempo!!! Actua, faz alguma coisa, acorda, não te deixes cair na letargia!!!
Rendibiliza o teu tempo! (nota de rodapé! A palavra correcta é rendibilizar, que é um galicismo e não rentabilizar! É curioso ver que o PC não conhece a palavra! Afinal os “usos e costumes” ainda falam mais do que pensamos. Então rendo-me e corrijo em conformidade com a opinião dominante: Rentabiliza o teu tempo!).
Não há tempos mortos… não pode haver, porque isso é um desperdício de tempo. Não há utilidade nisso. Descansar? Só quando morrer!
Será que é mesmo assim? Tudo tem utilidade… Mesmo quando não sentimos que estamos a aprender, a evoluir, a ser melhores… mesmo quando sentimos que estamos a perder esse tempo tão precioso.
A utilidade está no facto de estarmos vivos. Basta respirar… e tudo fará sentido.
Quem me dera ser capaz de me mudar de um dia para o outro para que este conselho e modo de vida fizesse parte de mim.
Mas a ideia fica. A mensagem passa. E a cada golfada de ar fresco que me inunda os pulmões eu começo a sentir a utilidade de cada momento…

quinta-feira, agosto 24, 2006

Volto Lá?

Será que quero lá voltar?
Aquele quarto escuro e solitário, vazio de lógica e de sentido…
Era eu e tu, o silencio esmagador.
No vácuo nascia o sentimento… Ele já lá estava, escondido dentro de mim, mas esperava um grito, um sinal, para se poder libertar…
Porque é que a inspiração só chega quando tudo o resto partiu?
Hoje entendo tão bem o meu passado… É ele que me dá força para continuar! Até aqui tudo bem! Aqui e ali vão surgindo dias maus… e sei que só me resta pegar na tesoura e na cola, tirar daqui esse momento, e ir juntá-lo ao que ficou… nesse quarto escuro e solitário…
Volto lá?
Que me dizes? Volto? Dá-me um conselho, uma opinião… Ainda és mais fraco do que eu, por isso não sabes o que dizer. Tenho de ser eu a decidir tudo! Sempre foi assim.
O meu medo é ficar lá… Talvez me dê um gosto mórbido pela desgraça e me mantenha por lá uns tempos! Talvez nunca mais queira sair… É que há uma mística qualquer neste quarto… escuro e solitário… Inspira-me! É produtivo… eu gosto… mas odeio…
Bem, tenho de decidir.
Volto?
Respiro fundo e mergulho na imensidão do oceano que se estende por lá… por onde? E agora, vou para onde?
Fecho a porta atrás de mim.
Saio da solidão escura daquele quarto…

terça-feira, maio 30, 2006

Sou uma simples Pessoa que tem um sonho… Ser Músico…
E ser-se músico é, muito simplesmente, conseguir comunicar com os outros e transmitir-lhes a pessoa que se é através do som do seu instrumento… através da oferta da própria Alma envolta no manto protector chamado Música…

sexta-feira, maio 19, 2006

Quanto mais formas de comunicação temos ao nosso dispor, menor é a capacidade de nos entendermos e transmitir ideias…

sábado, março 25, 2006

Digo eu… que não percebo nada disto!

Talvez… A razão pela qual cada um de nós se irrita e enerva tanto quando outra pessoa nos faz mal seja esta:
Cada um faz muito mal a si próprio… inconscientemente, nem nos apercebemos que atiramos uma pedra ao ar… a mesma pedra que, mais tarde, nos cairá em cima!
Já é suficientemente duro termos de viver com essa realidade… e talvez por isso ninguém possa (ou consiga) suportar que mais mal venha ter connosco… sobretudo se vier de fora.

Quem sabe… um dos maiores mistérios da vida seja mesmo aprendermos a não nos magoarmos a nós próprios… Digo eu… que não percebo nada disto!

quinta-feira, março 02, 2006

O dia mais triste…

A Vida é um improviso…
Assim como no Jazz, no Teatro, na própria Escrita… a Vida é um autêntico improviso… e deve ser vivida como tal.
Quando era pequeno, uma vidente pegou-me na mão e analisou-me a linha da vida. Lá conseguiu ler que eu não iria ter uma vida muito longa.
Nessa altura não me importei muito. Ao menos não terei de envelhecer! “Die young and stay beautifull”…
À medida que ia tomando o gosto pelos pequenos presentes que este mundo me ia oferecendo, comecei a ter pena pela minha futura, e em breve, curta passagem por aqui… Gostava de poder Viver mais!
Hoje faço 25 anos… Tendo em conta que viverei por mais… 15 ou mesmo 25 anos… poderei dizer que estou a meio da minha vida! É assustador pensar nestes termos… Ainda mais o é quando Sinto que a primeira metade de Vida “só” serviu para aprender. Será que a próxima metade servirá para “aplicar”?
Volto a olhar a palma da minha mão e a lembrar-me daquela vidente… das suas palavras… E penso… Sinto… A Vida é sempre curta demais quando nos está a correr bem! Temos mil e um projectos e o tempo para os realizar é demasiado curto…
Tudo sabe a pouco… só uma coisa se escapa! A intensidade com que vivemos as coisas… Posso não andar cá a fazer muita coisa… Mas, com certeza, irei aproveitar cada golfada de ar fresco…
Este é o dia mais triste. 2 de Março. Sempre foi o mais triste. Simplesmente porque nestes dias eu deixo que o mundo tome conta de mim, que venha até mim, e que faça comigo aquilo que ele quiser…
No resto do ano… o mundo é meu!
È o dia mais triste… Mas é este dia que me sussurra ao ouvido:
- Amanhã é o dia mais feliz”!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Envelheço…

Erro quando perco a paciência… erro quando sou intolerante…
Hoje vou tentar ter paciência para explicar o que sinto, tendo o máximo de tolerância com aqueles que (lendo) não entendem…
Porque o uso da Palavra é um dom… um verdadeiro dom… e eu não o sei usar… desculpa… se não entenderes, desculpa…

Será da idade? Envelheço…
Estranhamente (para mim) começo a ganhar aqueles quilitos a mais… Talvez seja por me interessar cada vez mais por comida! Começo a ter preferências sobre o que hei-de comer… coisa impensável quando era jovem… Comia o que me punham no prato e pronto.
Quando ando na estrada preocupo-me com as marcas, os modelos, o design, a cor, e até o barulho dos carros (para ver se são a gasolina ou gasóleo!)… simplesmente porque sei que deverá estar para breve a compra de um carro.
Olho para mim e para o futuro… O meu? Sei lá, o Futuro, em geral… O que é que eu vou fazer a seguir? Porque é que eu estou a fazer este Presente? Que Passado me levou a este ponto?
Olho para o Futuro… (sim, olho, simplesmente olho, porque não posso fazer mais do que isso… Ver o Futuro… só se esperarmos que ele aconteça…) e automaticamente vejo o Presente e o Passado…

Acho que não era nada disto que eu queria escrever… E essa situação é a prova de que este raciocínio até tem algum valor… para mim tem… para mim… será que só para mim? Para mim basta… Para mim, na minha opinião, no meu entender, eu só escrevo para Ti…

Estarei a ficar Velho? Maduro? Sensato?
Numa dessas viagens ao Passado/Presente/Futuro… todos os segmentos da realidade entram em conexão e toda a confusão parece fazer sentido…
Eu sabia que, um dia, eu poderia sentir que o que ficou para trás tinha algum sentido. Eu sei hoje o porquê de a Vida me ter obrigado a caminhar descalço sobre um caminho de chamas…
Eu Amei.
Eu sei lá se Amei…
Eu era jovem. Amei.
Hoje é tão claro, para mim… Só os jovens é que se apaixonam. Eles dizem que é para sempre. Choram por quem não vem. Sofrem por um pouco de carinho. Dar… e Receber…
Os jovens mostram o seu Amor. Trocam carícias, escrevem cartas de Amor, planeiam Serenatas, Sonham acordados…
Tenho saudades de ser jovem… Ainda o sou, no entanto… E não me sinto nada próximo disso… Velho e distante…
O tempo traz-nos a maior das virtudes… a Humildade.

Não consigo escrever mais…
Não sou jovem… mas Amo. Sim, Amo… e, apesar de tudo, faz todo o sentido! Amo a minha pequena Sobrinha. Se, de algum modo, pudesse trocar contigo… fá-lo-ia…
Limpo as lágrimas e recordo o meu Avô falecido que faz hoje anos…
Cada um de nós está rodeado de Passado e Futuro, e nem se apercebe que é o Presente em si mesmo…
Envelheço… E é essa velhice que me torna jovem…

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Eu não quero ser bom…
Também não quero ser o melhor…
Só quero ser especial…

I hope I’m special to you!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Abrir os Olhos… Os da cara, porque o outro parece que tem de estar sempre aberto…

A semana passada fui ao Porto, à Fnac ver a apresentação de um CD.
À saída reparei nos livrinhos da programação… De início ignorei, mas depois voltei atrás e decidi mesmo trazer um por mera curiosidade!
Feliz de quem é assim tão “curioso” como eu fui…
Uma coisa me chamou logo a atenção. Não, não foi o facto de estar uma cara bonita na capa do livrito… Foram as letras pequeninas a dizer “01-15 Fevereiro 2006”!!!
A chamada “Agenda Fnac” (que tem 28 folhas!!!) é bimensal… Isto transporta-me imediatamente para as “agendas” (cof cof) que nós temos por Coimbra que não devem ser tão grandes e que são feitas de 3 em 3 meses…
Já em casa fiquei estarrecido com a oferta (N.B: OFERTA) cultural da Fnac. Atenção, não falo da oferta cultural da cidade do Porto, ou mesmos Porto e arredores… Falo, simplesmente de umas “caixas de comércio” musical e livresco que dão, de mãos largas, A Cultura.
Sim, eu já sabia que Lisboa e Porto são cidades com grande variedade de eventos culturais;
Sim, eu já sabia que Coimbra é um dos cús do mundo (que parece que está sempre aberto a investidas…)
O que eu não tinha ideia era do grau de disparidade existente entre as ditas segunda e terceira cidades do país!!!
Ao pegar na “Agenda Fnac” não posso deixar de sorrir e pensar: Eu bem podia passar o resto da minha vida a saltitar da Fnac de Sta. Catarina para a do NorteShopping, para a do GaiaShopping…

Aqui fica a minha manifestação pública de humilde agradecimento pelo trabalho e criação de oportunidades desenvolvidas pela Fnac.
Consequentemente fica o apelo à massa do povo para começar a abrir os olhos (escusado será dizer, sempre da cara) porque este país anda mesmo mal… ou será melhor dizer: Este país É mesmo mau…

Os Romanos apelidavam de Bárbaros a quem não respeitasse os seus costumes…
A intolerância (e o cinismo) dos Ocidentais basta-se com as expressões “Muçulmano” ou “Médio-Oriente”…

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Algumas pessoas agradecem aos pais por eles lhes terem dado vida... Outros revoltam-se contra os mesmos por tal ousadia!

sábado, janeiro 28, 2006

Quem não consegue elevar a sua genialidade tenta puxar os outros para o seu nível...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

A enviar para a DGV...

Por mera curiosidade, gostaria que me informassem da justificação para que a falta de cinto de segurança seja motivo de sancionamento contra-ordenacional.Naturalmente não é a justificação legal que procuro saber, pois o que está na Lei com mais ou menos facilidade se tem acesso.A justificação que procuro encontra-se num nível superior, como seja o plano moral.Que bens jurídicos se tentam proteger?O que dá legítimidade à sociedade para se imiscuir na vida "motora" de um indivíduo?Porque é que se impõe ao condutor um "modo" de comportamento completamente indiferente, alheio e desinteressado do real acto de condução, como seja o da colocação de um cinto de segurança?O que tem a colocação do cinto de segurança a ver com o acto de conduzir?
Tendo em conta que (e salvo melhor opinião...) a circulação com cinto de segurança não melhora (e em alguns casos até piora!) a condução própria;Tendo em conta que o cinto de segurança não aumenta a segurança dos outros condutores, nem põe em causa o respeito por qualquer outra regra de trânsito;Tendo em conta que cada pessoa é livre de fazer o que quer - mesmo que se prejudique a si própria - desde que não provoque qualquer mal aos outros;Tendo em conta que o suicídio e a auto-mutilação não são punidos como contra-ordenação, nem mesmo como crime!;Tendo em conta que a falta de cinto de segurança só pode provocar danos físicos numa pessoa em caso de acidente (se causar...);Tendo em conta que qualquer pessoa tem o direito de consentir, livre e voluntariamente, em agressões contra si mesma;Tendo em conta que a circulação dentro de uma localidade (especialmente numa situação tão conhecida e tão frequente de "pára-arranca") dificilmente chega aos 50 Km/h dado o fluxo de circulação automóvel ser cada vez maior, e daí os acidentes quase nunca (ou mesmo nunca) envolvem prejuízo para a integridade física;Tendo em conta que mesmo no caso de haver lesão da integridade física de um condutor, este só se pode "queixar" da sua própria sorte...;Tendo em conta que uma pessoa que circulasse sem cinto e tivesse um acidente que envolvesse lesão grave da sua integridade física NUNCA se iria lamentar pelo facto de não ter sido apanhado por uma brigada de trânsito que lhe faria pagar um multa...
Eu, modesta e ingenuamente, pergunto:Porquê?Porque é que continuam a haver brigadas estrategicamente colocadas para ver se os condutores circulam com cinto?Porque é que a coima aplicada nessa situação é - NO MÍNIMO - €120?!
A resposta que me vem à cabeça é, simplesmente:Porque a sociedade quer que ninguém se magoe com os acidentes rodoviários, e o cinto de segurança é a melhor forma de se atingir esse objectivo...
Por favor, eu gostava de saber os verdadeiros motivos...Gostava de obter uma resposta verdadeira, justa, sensata e especialmente... com bom senso... porque bom senso é coisa que falta - e muito - neste país...

sexta-feira, janeiro 13, 2006

…Vale o que vale…

As coisas que se dizem – por si só – não têm valor absolutamente nenhum!!!
Quem as diz é que lhes dá valor…
A mesma coisa dita pelo “Rei” e pelo “Zé-Ninguém” não têm – de modo algum – o mesmo impacto!
Se o que o “Rei” diz é Lei… O que o “Zé-Ninguém” diz não se escreve!!!
No fundo… tudo depende das orelhas do Burro que está à nossa frente!
Vale o que vale… Não se escreve, mas toda a gente sabe que é Lei!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Agora que já esqueceste…

De onde vem o homem?
Em que é que ele se torna?
Para onde é que ele vai?

Por tua causa sou a pessoa que hoje vêm a andar na rua…
Há 6 anos atrás enfiei-me numa casa, numa biblioteca, num canto iluminado pela sabedoria de quem é literalmente culto. Estudei.
Não tinha mais nada para fazer… Tu não estavas lá, ao pé de mim…
Chorei, pois não tinha ao que me agarrar!
Pensei, e o pensar deu-me um olhar mais pesado.
Tornei-me ansioso… Queria saber do futuro! Não podia continuar naquele estado…
Escondi-me por trás de jogos infantis que nada me ajudaram ao meu desenvolvimento… antes pelo contrário, contribuíram para um inércia, um entorpecimento.
Os meus músculos, tolhidos pelo nada, queixam-se agora gritantemente quando os tento estender… As minhas pernas pouco ou nada se movem, dado que estou sempre sentado à procura do que virá a seguir… à procura de ti, uma companhia, um amigo…
Solucei por demais, o que fez com que a minha garganta seca se tornasse rouca com o desenfreado esgar de aflição…
Fechado entre quatro paredes, a minha visão encolheu-se ao mínimo… nem me consigo ver ao espelho… Se conseguisse teria vergonha do que estaria à minha frente…
Imaginava os outros… Comparava-os comigo, com a minha vida… Queixei-me da minha sorte por mil vezes… Aumentei a minha dor…
Deixei que a preguiça fosse minha dona… Eu era escravo do Vazio!
Quis morrer… mas o azar deu-me Vida…
É com essa vida que, agora, tento reconstruir, aos poucos, os erros do passado. Sei onde está o mal… Evito-o.
Olho em volta e tenho orgulho no que sou!
Hoje é o meu corpo atrofiado que lá se vai queixando… Lembra-me da dor que sofria no passado…
Mas a minha Alma sussurra-me confidentemente:
És um homem bom, honesto, sincero, frontal, amigo, corajoso, atento, perspicaz, lutador, meigo, forte… Fazes serenatas, ajudas o mais fraco e oprimido, tens os teus momentos de poesia, e és capaz de entreter o mais fausto dos reis… Que queres mais?
Sorrio.
Parei um pouco e lembrei-me de uma frase batida… “A solidão é o pior dos males”…
É mesmo… e as pessoas nem sequer se apercebem disso… Enfim… agora que te lembrei tudo outra vez… Esquece…

sábado, novembro 05, 2005

Filhos da Puta

A todos os filhos da puta que:

- Insistem em andar na estrada sem se saber porquê nem porque não;
- Continuam a fazer perder a paciência daqueles que só usam o carro como instrumento essencial e indispensável para percorrer longas distâncias e encurtar o tempo que se perde entre o ponto de saída e o ponto de chegada;
- Preferem andar a passear o popó do papá e da mamã (ou do próprio menino no caso dos velhos que gostam de dar o seu show off e espalhar o charme pelas fêmeas desesperadas…) em vez de fazer um pouco de exercício físico andando a pé;
- Tentam ultrapassar, desesperadamente, a sua própria sombra circulando exclusivamente na faixa de rodagem esquerda, dando a oportunidade a que os outros comecem a ultrapassar pela direita;
- Circulam dentro de uma rotunda, querendo sair quando lhes apetece – e sabe-se lá quando poderá ser isso;
- Circulam fora de uma rotunda, teimando em dar voltas e voltas e voltas… nunca se decidindo sair dali;
- Amedrontam-se com o seu próprio pedal de aceleração (que não vai além dos 20 ou 30 Km/h) forçando os outros a enfrentar filas de trânsito enorme que ninguém consegue entender porque é que existem;
- Têm palas nos olhos (como os burros) para não arriscar a sua saída do entroncamento para a estrada principal, mesmo quando é de dia e há perfeita visibilidade para todos os lados da estrada, passeios, casas, jardins e o que quer que nos passe pela cabeça… Esses mesmos que também conseguem juntar multidões de desesperados atrás de si que só pedem a Deus, e mesmo a outras forças místicas, que esse tal burro arrisque qualquer coisinha na puta da sua vida;
- Estacionam o carro à frente de uma garagem ou em segunda fila mesmo quando têm um lugar de estacionamento mesmo ao seu lado;
- Fazem questão de descarregar a mercadoria do camião mesmo em cima do nosso carro para que nós não fujamos para sei lá onde;
- Não arrancam quando o sinal verde abre, provocando a não passagem de 7 ou 8 carros que ainda tinham hipótese de ganhar 10 minutos da sua vida fora do transito;
- Param ou andam vagarosamente quando pensam que o sinal amarelo vai aparecer pregando-lhes um susto (N.B: pensam é aqui utilizado porque há por aí muita putice que nem sequer VÊ o sinal a mudar mas já está com medo do papão; sinal amarelo também é aqui utilizado pois esta gentalha – gente da caralha – antecipa tudo ao pormenor!!!);
- Imobilizam-se completamente à frente de um acidente (um a um pois toda a putalhada tem direito a ver o espectáculo) como que tentando ajudar as autoridades a descobrir um olho ou uma orelha de um dos condutores acidentados, ou mesmo mostrando aos filhos, que vão no banco de trás, o que eles podem fazer com os carrinhos que têm lá em casa para tornar as suas brincadeiras mais… dramáticas…

A todas estas bestas rodoviárias… Fica o aviso… A partir de hoje vocês estão a correr perigo de vida, já que eu não tenho mais serenidade e calma para evitar umas valentes metralhadas!

SO… GET THE FUK OUT OF MY WAY!!!!

terça-feira, outubro 11, 2005

VERDE
Nuno era daltónico… não via a cor verde
Quando olhava para essa cor tinha dificuldade em definir o seu tom… ás vezes parecia-lhe azul, outras cinzento ou amarelo, ou até mesmo castanho!
Por vezes dizia aos outros o que via. Apontava para um tom e dizia que era azul. Ninguém acreditava… pior, ninguém percebia… mais grave, criticavam-no…
Chegaram a dizer-lhe que ele estava errado, que ele queria ter sempre razão, que ele não queria ver a realidade e que se escondia atrás do faz-de-conta…
Não era verdade.
Nuno começou a afastar-se das pessoas… cada vez mais… Percebia, com mais crueldade, que o mundo não tinha lugar para ele… não era lugar para ele… Começou a detestar o Ser Humano…
Não era possível tanta incompreensão, tanta intolerância, tanto desrespeito…
O que Nuno, simplesmente, tentava mostrar era a sua percepção das coisas… Partilhar a sua experiência, os seus sentimentos, as suas emoções, a sua impressão da realidade…
O erro deixava de ter tanta importância. Nunca estava em causa a razão… muito pelo contrário, o que estava em causa era o oposto da razão… o Sentimento. A realidade é vista de inúmeras perspectivas… nenhuma delas está certa ou errada… Cada um de nós torna-se uma nova perspectiva! Perspectiva essa que é formada pela sensibilidade de cada um…
Nuno dava, apenas, a sua opinião. Partilhava o que sentia…
Nuno Acreditava… mas, aos poucos, ia perdendo toda a fé…
Nuno acabou por se afastar, remetendo-se à sua solidão… Para quê continuar a mostrar que os seus olhos vêm cinzento onde, realmente, está verde? Será que está?
Já sem forças e retirado desse mundo podre… Nuno respirou fundo… olhou o céu, depois as estrelas e a Lua, esperou pelo sol, ergueu-se com os pés bem vincados na terra, colheu uma flor, e um fruto… e, por fim, deitou uma lágrima… Verde… de Esperança… num futuro melhor…

quarta-feira, outubro 05, 2005

Mil vezes

Há muito tempo que não conseguia dormir…
Insónia…
Ficava desperto, na fronteira entre o dormitar e o filosofar… era então que pensava… sentia… Tudo seria tão mais fácil se eu fosse “perfeito”, se tivesse uma “agradável aparência” (N.B: “agradável = aquele que agrada, o que convence pela simpatia, postura, bons modos; “aparência” = aquele que aparenta, o que mostra o que pode não ter escondendo a sua essência).
Era mais fácil ser aceite, ter amigos, namoradas… ser alguém…
Mil vezes desejei ser o que não sou, mil vezes me arrependi.
Continuava sem conseguir dormir…
Então começava a pensar no exacto oposto… no pouco que sou… no quão distante estou desse Ser “de bom grado e aparente”…
Imaginava como seria ter uma marca no rosto, um sinal inevitável da tragédia que era a minha vida, a mutilação de uma desgraça… Talvez isso servisse para que o mundo visse o quão frágil, débil, distorcido, angustiado, contorcido, destroçado eu sou…
As horas iam passando… mil horas… infinitas… e eu lá continuava mergulhado nessa insónia mil vezes repetida ao expoente da loucura…
De repente lembrava-me que já possuía uma marca, um sinal… Esse meu sobrolho rasgado era a prova de que, afinal, eu tinha “Como” mostrar exteriormente a minha forma de ser interior… esmagado dentro de mim…
Fechei os olhos e, tentando sacudir a impressão que essa ideia me provocava nessa cicatriz “aquilizante”, esfreguei - com mil forças e determinação - o olho preguiçoso para o soninho que se avizinhava.
Derrotado pela inércia… pela ideia da evidencia… deslizei para o conforto suave da minha almofada… rolei para um lado… o lado que me dizia que o mundo acabara de acordar… que a Vida começava ali… Foi então que, por fim, adormeci… mil vezes… embalado pelo carinho de uma mão que me sopra ao ouvido… Tudo estará bem quando acordares…

sexta-feira, setembro 30, 2005

Está tudo Mal.
Que Diabo, Mal! Para trás, Satanás!
O céu caiu no mar
2 + 2 já não são 4
É o peixe que pesca o homem
Nascemos morrendo, e é na morte que renascemos…
A relva já é vermelha e fica pendurada no tecto que nem existe…
Em vez de nos deitarmos de barriga para o ar é o ar que nos vira a barriga
Quando inspiro sinto os pulmões vazios
Quando escrevo perco a oportunidade do silencio… e o silêncio oportuno
Quando tenho sono estou desperto
Amei-te é um tempo presente
Vou Amar-te é o impossível
Amo-te é… o que é Amo-te? Não sei… não sei mesmo…

Está tudo errado.
Enquanto faço o jogo do malmequer a brisa leva-me a vida…
Conto os dias mas não há horas
Enumero historias… inglórias… de memorias que nunca chegaram a aparecer…
A dor de doer… essa eterna espiga, que nos intriga a cada passo… até morrer
Faz-me chorar… abraça-me… toca-me com o teu toque… faz-me sentir vivo… Faz-me… Faz… Constrói-me… Cola-me de novo para que eu possa caminhar de novo…
Não consigo parar de pensar em ti… E nem sei quem tu és…
Assim que tento esquecer-te tu voltas…

Está tudo perdido.
Simplesmente nada há a ganhar…
Perco tudo o que tenho para te encontrar, e quando o consigo… tu foges!
Fui goleado… expulso desta partida…
Partidas me prega esta vida que me torna suicida!
Oh como é bom este amargo trago da melancolia
Desaparecia, assim, mil vezes
Se, algum dia, me permitisse a tal fado
Espero-te. Porque esperas?
Porque está tudo Mal(./?)
É o Diabo…
Maldição.