sexta-feira, agosto 26, 2005

Niccolo Machiavelli

Niccolo Machiavelli, nascido em Florença, escreveu e dedicou a obra “O Príncipe” a Lourenço de Médicis.
Actualmente o “Maquiavelismo” é definido com base na obra daquele, aproveitando-se, e ficando para a história, os resquícios do seu nome… E é definido – MAL – como o “não olhar a meios para atingir os fins pretendidos”…
Lendo o trabalho daquele humanista cedo se começa a perceber que não é isso que está em causa. Bem, estará para aqueles que possuem uma mente perversa e distorcida, que não têm a noção do “justo e do bom”.
É conhecida a ideia de que um bom remédio ou uma grande invenção caída nas mãos do mal… dá estragos… “O Príncipe” caiu nas mãos de Napoleão e foi o que se viu… O “Super-Homem” de Nietzsche foi (muito mal) interpretado por Hitler e…

Já agora… porque é que um filha da puta de um gajo franciú que mete na cabeça que é dono da Europa toda é considerado um herói, um estratega notável, uma mente brilhante… e outro filha da puta deutsche que também mete na cabeça que é dono da Europa toda acaba por ser um… filha da puta?! Enfim…

Bem… aqui fica o meu entendimento do que é o Maquiavelismo… ou o que deveria ser…
Devemos saber interpretar o mundo, as boas e as más coisas, de modo muito maduro e pouco inocente, para podermos tirar o melhor partido do que ele tem para nos dar… Devemos saber como utilizar as conquistas e os infortúnios, a riqueza e a miséria, e esperteza e a burrice… para nos movermos melhor neste mundo… para também nós conseguirmos sobreviver, mantendo a cabeça à tona de água…

“Não olhar a meios para atingir os fins pretendidos”… it’s more catchy, isn’t it?

quinta-feira, agosto 25, 2005

Se um homem só escolhe o que sabe que não pode ter...
...então vou, sempre, escolher o impossível!
Assim terei, sempre, algo novo que me surpreenda no meu mundo...
E conservarei a primeira imagem que tive dessa impossibilidade...
Acaba por ser uma segurança!
Não corro o risco de desilusões e tudo é sempre novo e fresco!

segunda-feira, agosto 22, 2005

Caía a noite, lentamente…
Ela debruçou-se sobre a varanda seca por causa do intenso calor que se fazia sentir… por causa do sabor das chamas demoníacas de tantos e tantos fogos desgovernados que por aí andam… que por aí foram soltos…
Só tive tempo de virar repentinamente o rosto à medida que ela gritava:
- Papá, papá! Anda ver! A Lua está vermelha…
Aproximei-me e fiz-lhe uma festa tensa, tentando dar lhe algum carinho reconfortante e apaziguador… Não queria que ela se assustasse com o fogo que, já próximo, ameaçava as terras vizinhas…

Então ele contou-me uma história!
O papá disse assim:
- A lua está vermelha porque está triste… esteve a chorar… Mas é bonito vê-la assim, não é? Sabes, a Lua é como nós, as pessoas… às vezes, quando estamos tristes e até choramos um bocadinho, parece que ficamos mais bonitos… Sabes porquê?

Ela abanou a cabeça, com os olhos grandes, enormes, muito atentos virados para mim…
E eu continuei… disse-lhe:
- Porque as lágrimas que choramos cobrem o nosso rosto com aquilo que nós somos realmente feitos… Sentimentos… E acabam por mostrar a nossa verdadeira essência, aquilo que nos faz querer ser um pouco mais completos…
Ela agarrou-se à minha perna e respondeu:
- Gosto muito de ver as lágrimas da Lua, mas fico triste por saber que ela está assim…
Quando dei conta vi rolar uma lágrima pura pelo rosto da minha menina… Agachei-me, colhendo-a gentilmente… e dei-lhe um forte abraço, puxando-a para mim como se fosse a ultima vez que lhe poderia contar uma historia antes de ir para a cama…

Fiquei a pensar na história da Lua e não adormeci… Fui ao quarto do papá e espreitei lá para dentro. Vi-o a chorar… Nunca ele me tinha parecido tão puro… tão bonito… Aproximei-me, aconcheguei-lhe os lençóis e dei-lhe um beijinho de boa noite…

domingo, agosto 21, 2005

Odiei-te tanto…
Levaste a minha voz rouca… parei de cantar…
Tiraste-me a Alma… não voltei mais a escrever cartas de Amor…
Roubaste o Coração que possuía… deixei de Sentir…
Chorei… Mil lágrimas derramei…
Odiei-te tão enormemente…
Porque é que aquilo que desejo e julgo ser o que me falta para me sentir completo é exactamente aquilo que me destrói a vida?!
Até as lágrimas me levaste… uma por uma… Todas…

Mas das cinzas renasci…
Acordei e revivi…
Enchendo o peito de ar preparei-me para tudo o resto…
Voltei a ganhar a minha voz
Reconquistei a minha Alma
Reavi o meu Coração…
Agora Sinto… e não te odeio…
Acolho-te… como mais um obstáculo que faz da minha vida a mais dura batalha que jamais enfrentarei…

Agora que tenho força vou-te contar tudo numa canção…

Gostava de te voltar a tocar…

Nem que fosse ao de leve… Gostava de te voltar a tocar…
Vi, nos teus olhos, a sinceridade pura só vista numa brincadeira de criança… No teu coração a honestidade da entrega ao teu Amigo… Mas na tua Alma estava um pouco da Solidão que só as pessoas verdadeiras demonstram ter…
Não te conheço… gostava… para poder voltar a dar-te dois beijinhos… Sentir-te de novo…
Gostava que sentisses algo parecido, ou que tivesses visto, também, um pouco da minha própria solidão…
Tenho vindo a Sentir a minha Alma muito vazia… principalmente vazia do que realmente é importante… Amor, Amizade, carinho, ternura, atenção, empatia, Crença…
És daquelas pessoas que me faz querer ser um pouco melhor! Talvez por isso ou talvez pelos beijinhos ténues que me deste… Sinto que voltei a preencher-me de mim mesmo… Voltei a Acreditar…
O mundo dos sonhos, da fantasia, do faz-de-conta, da imaginação permitem-me fugir, por momentos, à cruel realidade que vai compondo a nossa (abandonada) existência.
O que nos esquecemos, muitas vezes, é de ver que a própria Realidade também é capaz de criar um “faz-de-conta” que nos transporta para sonhos de fantasia imaginada…
Aquele curto momento foi mágico… mas foi real! Mesmo assim eu sinto mais que o sonhei, pois tenho medo de acordar de manhã e não sentir o teu toque…
Gostava de te tirar do faz-de-conta e sentir-te na realidade… Mas a realidade é mais cruel, e é bem capaz de te tirar da minha recordação para te pôr no sonho que terei, sozinho, esta noite…
Antes de qualquer resposta… adorei conhecer-te… agora imagino-te… Sonhei contigo… e tu apareceste…