segunda-feira, junho 27, 2005

Six Strings

As cordas de uma Guitarra não devem estar muito apertadas senão partem... Também não devem estar muito lassas senão não soam...
Também a vida assim é... Também as pessoas assim se comportam... Há pessoas demasiado rígidas, outras demasiado relaxadas...
Devemos SER suficientemente concentrados naquilo que estamos a fazer, sérios, objectivos, cautelosos, atentos... Mas também devemos ESTAR moderadamente despreocupados com aquilo que não controlamos para podermos aproveitar, ao máximo, aquilo que a vida tem para nos dar!
Quando encontrarmos o ponto intermédio todas as cordas a Guitarra estará bem afinada...


quinta-feira, junho 23, 2005

InTenSidaDe

Ontem olhei o céu do lado de lá de um vidro estranho, em movimento. Á janela vinha um amigo desconhecido, mas que bem podia olhar para ele e dizer-lhe nos olhos:
- Falei contigo duas vezes apenas, e posso dizer-te que nunca houve alguém que estivesse em tamanha sintonia comigo, assim tão de repente!
Do seu lado aparecia, agora a Lua, repleta no seu esplendor, rainha dos céus nocturnos, confidente dos corações apaixonados… parecia seguir o meu condutor amigo, batendo-lhe naquele vidro, o da janela estranha, como que pedindo para entrar…
Atrás de nós, viajantes, seguia a mãe de todos nós… quase sempre esquecida pelo mundo como Aquela… a mais importante… a fundamental… Era a Paz, a nossa ilustre convidada, e que íamos levar a bom porto, tal a tarefa – grata – a que nós próprios assumíramos como suprema!
Naquele momento não percebi bem a importância de eu estar ali…
Agora que penso naquela Lua em forma de coração cheio de alegria, amarela, enorme, com um sorriso contagiante, coberta por um misterioso véu da mesma cor, feito de poeira cósmica encantada… Agora que penso em ti… Lua… apercebo-me que o meu coração nunca foi capaz de Amar alguém…
Não sei o que é o Amor. Não sei mesmo.
Muitas vezes ceguei-me a mim próprio, iludindo-me com sonhos ideais, ou ideias sonhadas… Formulei definições, arranjei mais que sentimentos, procurei soluções… e para quê?
Nunca Amei… amo toda a gente sem saber o que é Amar.
Sempre que pensava que sentia… nunca cheguei a sentir que pensava! Cheguei mesmo a render-me à inocência dos outros que me falavam… pois pensava que eles não percebiam o que andava cá dentro de mim…
Hoje sei que sou um apaixonado… puro, honesto, sincero… tento ser humilde, mas não sei se consigo… Sei o que é a Paixão, o Desejo, o Querer… Mas não é a junção de tudo isso que faz o Amor.
Sou tudo isto, e nem assim sou alguém… Mas estou feliz! Porque, cá bem no fundo, sinto que não é preciso Amar para viver intensamente…
Estou bem comigo porque conseguimos guiar a Paz pelo caminho correcto, até chegar ao seu encontro… Porque nesse percurso vi a Lua, lá ao longe, mostrando-me um pouco do que é o Amor, por detrás do seu véu amarelo radiante… E porque nunca estive sozinho durante toda esta viagem; estive sempre acompanhado de mim mesmo, sendo o Amigo que sempre desejei ter…
Aquilo que sentimos pode ser tão intenso que nem a ideia do que seja o Amor consegue ofuscar o que nos vai na Alma…
Vem sentar-te ao pé de mim, e vem admirar esta Lua incandescente que, lá fora, brilha… Senta-te, Admira-a, Brilha… com InTenSidaDe…

domingo, junho 12, 2005

A LUZ

É hora de voltar a escrever. Perdão, é hora de voltar a re-escrever… Não um mero texto, mas toda a minha vida! Estive demasiado tempo na escuridão, na obscuridade… É hora de ver a Luz do dia, a Claridade…
Os meus olhos escuros habituaram-se, de mais, ao negro de uma vida sem cor… ao azar… à solidão… Estava perdido, no meio de algo que nunca soube chegar a precisar… Talvez medo, talvez desilusão, talvez frio…
Abri os olhos.
Não foi nada fácil, no início. Ainda hoje não é fácil… Os olhos frágeis queimam-se com tamanha intensidade… Tenho medo de olhar, directamente, para A LUZ! Eu sei que é bom, mas custa… tenho de me habituar… um passo de cada vez… vou, aos poucos, tirando os dedos da frente da cara, abrindo os olhos, devagarinho…
Corro o risco de cegar… mas sei que não posso ter, agora, tudo de uma só vez… Estou a aprender a olhar para ti, e à medida que vou conseguindo, tudo se torna claro!
A LUZ abraça-me, ternamente, dando-me calor, enchendo-me, de novo, com as cores do arco-íris… Fico Feliz… Mas Sou Triste… As cicatrizes são demasiado fundas, e eu faço questão de não mudar a pessoa que Sou. Fiz questão de mudar de mudar o Estado em que vivo, não a pessoa que Sou.
É por isso que ainda escrevo esta carta, lanço-a ao mar que compõe o meu nome, e fecho os olhos imaginando-te a pegares em mim para leres de que LUZ é feito o meu coração…
Agora as coisas ficam mais claras, não achas?
É d’A LUZ que nos
faz levantar da cama dia após dia…

quarta-feira, junho 01, 2005

Impressões

Hoje acordei a meio da noite…
No princípio não percebi porquê… estava com sono, queria dormir mais… mas acordei…
Só depois, com um só olho meio aberto, me apercebi do frio que me entrava pela janela… Acordei porque a minha cama já não estava quente, porque os meus lençóis já não me protegiam do frio… porque tu saíste do meu coração, roubando-me o pouco sangue que ainda restava para aquecer este corpo morto…
Acordei “do” mundo dos vivos… Acordei “no” mundo dos mortos.
Acordei sozinho… e senti frio…
Acordei sem ti…