Sobre um manto Azul…
Ontem deitei-me sobre um manto vasto, imenso, da cor do oceano…
Sobre os lençóis azuis de flanela dessa cama abracei a minha almofada, fantasiando o teu corpo… Entrelaçámos as pernas, abracei-te pela cintura e repousei a cabeça no teu peito, no teu ombro… cheiras tão bem…
Tu ias-me fazendo festinhas no cabelo e embalavas-me com palavras doces de carinho… estava tão cansado do dia que tivera… fizeste-me sentir «em casa»… Amei-te por aquele momento e por todos os outros que imagino que teremos…
Adormeci, serenamente, nos teus braços, feitos de penas, e sonhei contigo…
Subitamente acordei, precipitado, e estranhei não te ver ao pé de mim! Senti-me perdido… como uma gaivota ao sobrevoar, solitariamente, o imenso oceano… Aquele vasto manto azul… e eu era a gaivota que aproveitava aqueles momentos de felicidade…
Uma lágrima rolou do meu rosto e foi-se unir a todas as outras lágrimas azuis choradas pelas gaivotas deste mundo que se atrevem a cruzar aquele manto azul em busca do Amor… essa linha invisível que separa o céu do mar… o prazer da dor… a alegria da tristeza…
Agora, de novo cansado e sonolento, chego ao meu manto azul de flanela e mergulho profundamente nele, tocando, de raspão, um ligeiro fio de água do mar misturada com aquela suave brisa que me enche as asas e me faz voar…
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