Mil vezes
Há muito tempo que não conseguia dormir…
Insónia…
Ficava desperto, na fronteira entre o dormitar e o filosofar… era então que pensava… sentia… Tudo seria tão mais fácil se eu fosse “perfeito”, se tivesse uma “agradável aparência” (N.B: “agradável = aquele que agrada, o que convence pela simpatia, postura, bons modos; “aparência” = aquele que aparenta, o que mostra o que pode não ter escondendo a sua essência).
Era mais fácil ser aceite, ter amigos, namoradas… ser alguém…
Mil vezes desejei ser o que não sou, mil vezes me arrependi.
Continuava sem conseguir dormir…
Então começava a pensar no exacto oposto… no pouco que sou… no quão distante estou desse Ser “de bom grado e aparente”…
Imaginava como seria ter uma marca no rosto, um sinal inevitável da tragédia que era a minha vida, a mutilação de uma desgraça… Talvez isso servisse para que o mundo visse o quão frágil, débil, distorcido, angustiado, contorcido, destroçado eu sou…
As horas iam passando… mil horas… infinitas… e eu lá continuava mergulhado nessa insónia mil vezes repetida ao expoente da loucura…
De repente lembrava-me que já possuía uma marca, um sinal… Esse meu sobrolho rasgado era a prova de que, afinal, eu tinha “Como” mostrar exteriormente a minha forma de ser interior… esmagado dentro de mim…
Fechei os olhos e, tentando sacudir a impressão que essa ideia me provocava nessa cicatriz “aquilizante”, esfreguei - com mil forças e determinação - o olho preguiçoso para o soninho que se avizinhava.
Derrotado pela inércia… pela ideia da evidencia… deslizei para o conforto suave da minha almofada… rolei para um lado… o lado que me dizia que o mundo acabara de acordar… que a Vida começava ali… Foi então que, por fim, adormeci… mil vezes… embalado pelo carinho de uma mão que me sopra ao ouvido… Tudo estará bem quando acordares…
Insónia…
Ficava desperto, na fronteira entre o dormitar e o filosofar… era então que pensava… sentia… Tudo seria tão mais fácil se eu fosse “perfeito”, se tivesse uma “agradável aparência” (N.B: “agradável = aquele que agrada, o que convence pela simpatia, postura, bons modos; “aparência” = aquele que aparenta, o que mostra o que pode não ter escondendo a sua essência).
Era mais fácil ser aceite, ter amigos, namoradas… ser alguém…
Mil vezes desejei ser o que não sou, mil vezes me arrependi.
Continuava sem conseguir dormir…
Então começava a pensar no exacto oposto… no pouco que sou… no quão distante estou desse Ser “de bom grado e aparente”…
Imaginava como seria ter uma marca no rosto, um sinal inevitável da tragédia que era a minha vida, a mutilação de uma desgraça… Talvez isso servisse para que o mundo visse o quão frágil, débil, distorcido, angustiado, contorcido, destroçado eu sou…
As horas iam passando… mil horas… infinitas… e eu lá continuava mergulhado nessa insónia mil vezes repetida ao expoente da loucura…
De repente lembrava-me que já possuía uma marca, um sinal… Esse meu sobrolho rasgado era a prova de que, afinal, eu tinha “Como” mostrar exteriormente a minha forma de ser interior… esmagado dentro de mim…
Fechei os olhos e, tentando sacudir a impressão que essa ideia me provocava nessa cicatriz “aquilizante”, esfreguei - com mil forças e determinação - o olho preguiçoso para o soninho que se avizinhava.
Derrotado pela inércia… pela ideia da evidencia… deslizei para o conforto suave da minha almofada… rolei para um lado… o lado que me dizia que o mundo acabara de acordar… que a Vida começava ali… Foi então que, por fim, adormeci… mil vezes… embalado pelo carinho de uma mão que me sopra ao ouvido… Tudo estará bem quando acordares…
1 Comments:
e quem te contou q tem q ser assim tao dificil?e ja reparaste no rosto dos outros-ja viste q todos nos temos uma marca?a fragilidade n faz parte de todos nos?
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