domingo, abril 24, 2005

A B R A Ç O

Ás vezes sinto-me perdido… esmagado dentro de mim próprio…
Fecho os olhos… e sinto Raiva… Angustia… Peso… Sufoco… Apetece-me dobrar (uma vez mais) os ossos da mão com murros na parede… só porque procuro alívio… Como é que se tira isto de cima dos ombros?!
Nesses momentos sou um pequeníssimo grão de pó… solto no universo, sem nada para fazer… sem nada para ser… acabo por deixar de ser quem sou… e tapo a cara de vergonha… e acalmo… porque não vale a pena…
O mundo é tão grande… é imenso… é infinito… e eu não o consigo abraçar… porquê… porquê?
Queria ser capaz de ser bom… de ser melhor… não melhor que os outros, mas melhor que eu próprio… melhor, de dia para dia… queria ser forte e independente… Queria ser o “Deus” ou a “Besta” de Aristóteles para poder viver sozinho… porque um homem quando vive em solidão toma-a como natural e nem se preocupa com isso… pois não sabe que ela existe… não sabe o seu significado…
Um dia peguei ao colo uma criança e olhei-a nos olhos… Senti-me protector… gostava de voltar a ser pequeno para que alguém me protegesse… Mas isso não é possível… nem ser pequeno… nem ser protegido…
É por isso que eu tento abraçar o mundo… para proteger… haverá algo mais que eu possa fazer? E se eu não sou capaz de atingir tal feito… o que será que aqui estou a fazer?
É daqui que vem a Raiva… Angustia… Peso… Sufoco…
Agora fecho os olhos… abraço-me a mim próprio… e respiro fundo… pois no silencio encontrarei a minha própria solidão…

It never rains when you want it to
...You humble Me...

I'm on my knees empty

1 Comments:

At segunda-feira, abril 25, 2005 10:49:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

DESABAFO

Campeão, ando a tentar viver a vida à mesma velocidade quando tinha 13, 14, 15 anos. Nessa altura o tempo não voava e também não me sentia dominado/absorvido por ele. Creio que andas muito acelarado, o que te obriga a olhar sempre para a frente para não te estampares. O teu desabafo não caiu em saco roto, mas faz a tua parte bem feita. O teu amigo, NC.

 

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