quinta-feira, abril 21, 2005

Continuei a atirar garrafas à agua…
A Esperança continua… talvez um dia uma dessas mensagens de areia voltem à terra acompanhadas… na mão da “minha” Sereia…
Continuo triste… os meus olhos já não olham tanto o mar… prendem-se mais no chão de areia… Já não há lágrimas para chorar, já não há forças para ser forte… Então caminho na praia…
Vou-me arrastando pela areia lisa, fina, que começa agora a sentir o peso do meu caminhar… Não sei para onde vou… Vagueio da esquerda para a direita, na diagonal, volto para trás e recomeço a caminhada… Afasto-me do mar… Aproximo-me… Dou um salto grande… já nem sei o que faço… (O que é que eu faço?) Ando aos ziguezagues… ando em círculos infinitamente… Ando a direito… só um pouco… Volto a enlouquecer e perco a noção do que faço… E vou até ao fim da praia…

Depois de nada dito… Fica tudo por dizer…
Enrolei-me em mim próprio no cantinho da praia, como se fosse um ponto final… O ponto final de tudo o que acabara de escrever naquela praia… Se um dia alguém (Quem?) avistar ao longe esse rasto de fumaça apagada poderá ler escrito na praia…

. . . A M O – T E . . .