segunda-feira, maio 02, 2005

Momento único… Único momento

Tudo começou calmamente…
Sem ninguém dar por isso
O vento sussurrava
Era hora do pôr-do-sol
Tarde…
O céu ameaçava cair sobre a terra
As nuvens escuras, claras pairavam… queriam descer…
Começou a chover
Logo depois comecei a sentir aquele cheiro a terra molhada…
Quis-me abraçar a uma árvore
Abracei-te…
E senti paz.
Paz… segurança… conforto… carinho…
Senti-te a ti…
Senti-me forte.
E essa força crescia dentro de mim.
Como se fosse o mar a sussurrar-me,
Em cada onda,
Aquilo que eu estava a sentir…
Não sei o que sinto.
Sinto que não sei…
Aquela foto… ora perfeita… começa a confundir-se
Mas eu sei onde estou…
Começa a chover com mais intensidade
Os relâmpagos abatem-se sobre a terra
Como se fossem chicotes a desfigurarem-me
Doe-me tanto
Parem… por favor!
Rendo-me
Deixo-me cair, esgotado
Sem forças
Sem esperança
De joelhos… peço-te ajuda
Sinto uma enorme onda,
Vinda do mar,
Vinda de dentro de mim,
De dentro do meu coração
A invadir a terra
A inundar o mundo
Sem fronteiras
Sem limites
Imparável
E começo a voar…
Não tenho asas, eu sei
Mas voo…
Elevo-me no ar
É o meu espírito que entra noutro mundo
Noutro estado
Transformo-me num belo cisne… branco
Cheio de luz e de transparência
No meio de tanta dor
De tanta confusão
De tanta angustia
E deixo-me cair, novamente…
Volto… de onde sempre estive
Do lugar a que pertenço
E choro… mais uma vez
Expiro
Expiro tudo de uma vez… de uma só vez
E tudo passa
Calma
Paz
Tempo
Serenidade
Solidão
Solidão
Solidão
É tudo o que preciso
Estar só… para te poder encontrar…
Fecho os olhos
E tudo acaba… para poder voltar a começar…



Escrevi-te enquanto ouvia «The Truth will always be»…
No fundo… nós os três somos o mesmo…
Eu…
A música…
O poema…

As lágrimas…
A força…
O sentimento…