terça-feira, maio 10, 2005

Sou uma Sombra de mim próprio…
Essa Sombra que outrora fui transformou-se numa nova, mais negra, mais profunda… Novas sombras me atormentam a Alma, novos fantasmas se apoderam do meu coração…

Aquilo que escrevo é uma Sombra do que sou… Aquilo que digo é a Sombra da Sombra que fui… Aquilo que sinto… atormenta-me a Alma…

Uma Sombra… um Reflexo… um Desenho… é tudo o mesmo… é ser-se o que já não se é… ou que nunca se chegou a ser… Ao mesmo tempo é tudo aquilo que sou, neste preciso momento… Um desenho, um texto, uma Sombra…



Abandonei-me do mundo… agora tento fazer-te um esboço… o meu… Parei a minha vida para te dar o meu negrume… Olha para mim, o que é que tu vês? Diz-me as cores que pintei… eu não vejo, estou cego… Diz-me. Diz-me o que está escrito nos passos do meu caminho. Diz-me de que Sombras é feita a minha vida… Diz-me… Diz-me! Diz-me quem sou eu… que sombra vês? Que sombra? Qual delas? Qual…

Consegues fazer uma Sombra só para mim? Consegues escrever o que eu sou? Consegues desenhar… para mim… desenha… só para mim… Fazes isso por mim?

Que Sombra és tu? «O Negativo» de uma foto? A memória de um futuro? O sonho de um passado? Lembrança? Não… eu não me lembro de ti… Vontade? Não… eu não te quero… Sombra? Não… Realidade…

És a Realidade de uma sombra… Uma sombra que sonha em ser real… A Sombra que quer ser a tua…
Pinta-me… dá-me vida… faz-me nascer… pois o negrume continua a atormentar a minha própria obscuridade