Aquele Sabor!
Estava eu a um canto, virado de costas, quando ela se aproximou de mim e me agarrou intensamente… Estava desprevenido, mas o Amor tem destas coisas, nunca sabemos por que lado nos vai atacar!
Pegou no meu frágil coração como se ele fosse uma pena… ou como uma pedra, daquelas que servem para ser atiradas ao ar ou ao rio… (será que alguma pedra merece tal destino?) Eu sei que não fez por mal, pois maldade não existe em tão amado ser… A aparente insensibilidade… insensatez… era, na verdade, descuido… como um bebé que aprende a dar os seus primeiros passos e pisa a mãe umas quantas vezes!
Sentou-me no seu colo, com carinho, olhou para mim de maneira diferente… com estranheza… não seria eu quem deveria receber o seu afecto, mas tentou dar se si o seu melhor, à sua maneira.
Senti o seu calor, a sua força, a sua determinação… mas quão pouco foi… que desconserto... que desconsolo… Que tristeza profunda eu sinto… Será que fui eu insuficiente? Será que foi ela desconcertante? O que interessa?
O que interessa é que esse pequeno momento me deu algo a que nunca dera tanta importância como hoje! Ao abraçar-me deixou em mim o seu perfume… Deixei-me cair na cama, e devorei aquele sabor… doce… de um amargo passado sentido…
Assinado: uma Guitarra ;)
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