sábado, fevereiro 19, 2005

Insónia

Dou voltas na cama à procura do descanso… mas ele não chega… Olho à volta, o meu quarto deserto, como que procurando esse sonho fugidio… mas não o encontro…
É assim que começo a levitar. Saio pela janela entreaberta, como se fosse uma leve brisa soprada a favor da corrente… Sob mim jaz, agora, a cidade sonolenta… Paz… Após um dia de tempestade laboral a maré volta a encontrar a calma, o repouso, o silencio… tudo é perfeito.
Deixo-me ir, não faço qualquer esforço… mas a brisa leva-me até à tua janela, também entreaberta. Fico lá fora… olho para ti… estás a dormir um soninho descansado… e eu sinto-me completo… és linda… és a minha imagem da perfeição, tu, calma, doce, indefesa…
Do outro lado da janela vejo-te a dormir… esse descanso angelical… não te preocupes, eu protejo-te. E assim fico, sentado, abraçado ás pernas, com o queixo apoiado nos joelhos… a ver-te dormir… simplesmente a ver-te…
Quando os primeiros raios de luz me fazem acordar lembro-me do sonho que tive… do sonho que eras tu… mas estou confuso… eu sei que te lancei um ligeiro sopro, lá de fora, como se te fizesse uma festinha no cabelo… mas… será que a janela estava um bocadinho aberta?